O corintiano
Um torcedor fanático entra em conflito com os filhos e os vizinhos “palestro-italianados”
1º rolo: “Seu” Manuel, barbeiro de profissão e fanático torcedor do time de futebol do Corinthians Paulista, ganha um burro preto-e-branco de uma rifa. Os vizinhos “italianados” se divertem com a situação, principalmente um deles, fanático torcedor do rival Palmeiras. Eulália, esposa do ganhador, e seus filhos divergem quanto à predileção do pai que ora traz os amigos para comemorar o prêmio e conversar sobre o time do coração. Marisa, sua filha, aprende balé. (274,6 m)
(Ruas da Vila Maria Zélia, SP. Barbearia. Praça pública. Casas de periferia: ext., int. Burro. Academia de dança.)
2º rolo: Dona Mila, professora de Marisa, força-a a pensar na carreira mas ela sabe que o pai ofereceria sérios obstáculos. O humor de Manuel, afinal, distingue apenas corintianos de palmeirenses. A briga é inevitável, mormente os apelos de Eulália. Bem como a continuação da rivalidade entre Manuel e o vizinho palmeirense. Para Marisa, esta balbúrdia contínua é “o fim do mundo”. (268,9 m)
(Academia de dança. Ruas da Vila Maria Zélia, SP. Futebol de “pelada”. Casas de periferia: int., ext. Dança. Hinos gravados do Corinthians e do Palmeiras. Burro.)
3º rolo: A vida de Manuel oscila entre rezas a favor do time e carinho pelo burro às brigas e confusões com o vizinho. Seus desafetos: o filho Jair que “desperdiça” seu tempo com estudos de medicina; Eulália que cobra pelos anos de casamento o magro dinheiro para o orçamento mensal; Marisa que só sonha com o balé. (282,8 m)
(Ruas da Vila Maria Zélia, SP. Casas de periferia: int. Radiopatrulhas, policiais. Mazzaropi canta “Canção do Burrinho” com coral de meninos. Lago. Cachorro. Burro.)
4º rolo: O burro, alçado à condição de maior amigo de Manuel, provoca a insatisfação da família e dos vizinhos. Os credores começam a bater em sua porta. Os filhos começam a pensar em sair de casa. Eulália chora. Luigino, filho do vizinho palmeirense, ganha fama de jogador e causa inveja a Manuel: nova briga. Outra provocação: pessoal da vizinhança decide envenenar o burro causador de transtornos. Os filhos não apoiam a indignação do pai. (277,6 m)
(Ruas da Vila Maria Zélia, SP. Casas de periferia, int., etc. Pequeno estádio de futebol, Partida de futebol.
5º rolo: Luigino, por sua vez, entra em atrito com o pai por conta de um hipotético contrato com time de futebol. Para seu pai, só serve o Palmeiras. O burro fica instalado no interior da casa de Manuel. Jair começa a procurar uma “república” para estudantes. Marisa, no balé, chama a atenção de um especialista. Manuel insiste numa invenção maluca da qual guarda segredos. Luigino abandona a casa dos pais para desenvolver sua carreira de futebolista. Aproxima-se a final de campeonato entre Palmeiras e Corinthians. Um pouco de reza entra em ação para ajudar o “timão”. (277,2 m)
(Casas de periferia: int., ext. Ruas da Vila Maria Zélia, SP. Academia de dança. Barbearia. Macumba)
6º rolo: Marisa namora Ricardo, filho de Dona Mila. No domingo, a família inteira de Manuel acompanha o pai até a partida decisiva do futebol. Suspense, alívio, comemorações, xingamentos, pequenas intrigas, desespero: sentimentos que acompanham os lances que culminam com a vitória do Palmeiras. (255,2 m)
(Ruas e igreja da Vila Maria Zélia, SP. Estádio Municipal do Pacaembu, SP. Burro, cachorro. Pequena participação de Olten Ayres de Abreu e de Elisa, chefe da torcida uniformizada do Corinthians. Pequena escola de samba. Times do Corinthians e do Palmeiras, lances da partida. Banda de música.)
7º rolo: No transtorno que a derrota corintiana causa, Jair decide abandonar a casa dos pais. Manuel reza para São Jorge: Eulália chora. Ricardo visita Manuel e pede a mão de Marisa em casamento. Manuel o expulsa de casa ao sabê-lo sãopaulino. Marisa arruma sua mala e deixa o bairro às escondidas. O vizinho palmeirense goza a derrota corintiana de Manuel. (277,8 m)
(Ruas e igreja de Vila Maria Zélia, SP. Casas de periferia: int., ext. Burro, cachorro. Banca de jornais. Barbearia.)
8º rolo: Marisa ganha um contrato decisivo para sua carreira. O vizinho palmeirense e sua esposa consolam Manuel e Eulália. Luigino assina contrato com o Palmeiras e sua estreia se dá em jogo contra o Corinthians. (266,5 m)
(Ruas de Vila Maria Zélia, SP. Casas de periferia: int. Academia de dança. Cachorro. Pequeno estádio de futebol, partida de futebol. Estádio Municipal do Pacaembu, SP. Pequena participação de Elisa, chefe da torcida uniformizada do Corinthians.)
9º rolo: Uma briga entre torcedores “acerta” Manuel que é atendido por Jair, médico do estádio. Manuel pede desculpas ao filho por suas intransigências mas não perde a comemoração de vitória corintiana. Luigino visita os pais. Jair procura a namorada e pede para ele entregar aos pais e vizinhos, convites para uma “festa surpresa” à qual Manuel decide participar mesmo a contragosto. (272,4 m)
(Estádio Municipal do Pacaembu, SP. Partida de futebol: Palmeiras vs Corinthians. Pronto-socorro. Banda de música. Casa de periferia: int. Pequeno carnaval. Ruas e igrejas da Vila Maria Zélia, SP. Automóveis.)
10º rolo: No teatro, Jair reencontra os pais e Manuel reconhece Marisa como solista de uma coreografia. Fica indignado mas, convencido por Ricardo, Dona Mila e por um militar (?) da decência da profissão de bailarina, enternece-se com o sucesso da filha e a procura no camarim pedindo perdão. Os filhos retornam ao lar para a felicidade completa do corintiano. (274,2 m)
(Teatro Municipal, SP: int. Apresentação de balé. Rua da Vila Maria Zélia, SP.)
Fonte: Cinemateca Brasileira
Elenco
Amácio Mazzaropi • Elizabeth Marinho • Lucia Lambertini • Nicolau Guzzardi (Leontino) • Carlos Garcia • Roberto Pirillo • Leonor Pacheco • Roberto Orosco • Augusto Machado de Campos • Xandó Batista • Francisco Gomes • Olten Ayres de Abreu • Gláucia Maria • Herta Hille • Ziara Freire • João Batista de Souza • Humberto Militello • Rogério Camara • Augusto César Ribeiro • Kapé • Claudio Maria • Eliza – chefe da torcida corintiana
Comédia, ficção; 98 minutos; censura livre
Cia. Produtora: PAM Filmes (Taubaté, SP)
Direção: Milton Amaral
Assistente de direção: Liviu Norbert Spiegler, Pena Filho
Argumento: Amácio Mazzaropi
Roteiro: Milton Amaral
Diretor de fotografia: Rudolf Icsey
Câmera: Geraldo Gabriel
Assistente de câmera: Rosalvo Caçador, Gyula Holozvary (sic)
Gerente de produção: Carlos Garcia
Assistente de produção: Argeu Ferrari, Claudio Maria
Engenheiro de som: Constantino Warnowsky
Microfonista: Agostinho Souza
Recordista (sic): Flávio B. Corrêa
Chefe eletricista: Girolamo Brino
Maquinista: Pedro C. Toloni
Edição: Máximo Barro
Assistente de montagem: Henrique Magalhães
Maquilagem: Gilberto Marques
Música: Hector Lagna Fietta
Solos de violino: Elias Slon
Canção: “Canção do burrinho” de Elpídio dos Santos, canta Marita Luisi; “Jeca magoado” de Elpídio dos Santos, canta Mazzaropi
Desenhos de animação: Marcelo G. Tassara, J. G. Carvalho
Narração esportiva: Pedro Luiz
Comentários esportivos: Geraldo Bretas
Coreografia: Maria Helena Mazzeti
Laboratório de imagem: Rex Filme S.A.
Locações (interiores): Fazenda da Santa – Taubaté, SP
Sistema cor: b x p
Metragem: 2.727x2m
Filmado em: 35mm; em 24 q
Local da produção: São Paulo, SP
Ano de produção: 1966