Casinha Pequenina
Um rico fazendeiro, na época do Brasil Império, é chantageado por uma dama. Para se livrar dela, envolve os pobres colonos em trama diabólica.
1º rolo: Século XIX (bastante estilizado). Chico, colono de bom coração, casado, pai de dois filhos, procura proteger os escravos maltratados pelo feitor Pulso de Ferro. Coronel Pedro, dono da propriedade, mantém escondido da mulher e dos filhos uma antiga vida de falcatruas, inclusive um assassinato. Por causa desse crime, é chantageado por Carlota que ameaça contar tudo para a sua família e polícia se o coronel não arrumar um bom casamento para sua filha Inês. O filho mais velho do coronel, Osório, defende ao lado da mãe Josefina um tratamento mais humano para os escravos, desafiando a crueldade do pai. (280,2 m)
(Ambiente rural, casebre.Casarão de fazenda: ext., int. Escravos. Cavalos.)
2º rolo: O Cel. Pedro se sentindo pressionado pelas ameaças de Carlota, arma um plano com seu fiel empregado Pulso de Ferro. Enquanto isso, Chico e o filho pequeno roubam mantimentos da dispensa da fazenda para alimentar os escravos famintos.
O coronel convida Chico para morar na fazenda e ocupar o lugar de Pulso de Ferro no trato com os escravos. (263,8 m)
(Fazenda, secagem de café, máquinas rudimentares. Casarão de fazenda: ext. Cavalos. Senzala. Escravos. Cantor negro não-identificado.)
3º rolo: A família de Chico e Bento, um amigo da casa, desconfiam de tal solicitude mas Chico prefere acreditar nas boas intenções do patrão. Este, por sua vez, articula uma mentira para Josefina: inventa que tem uma irmã que mora em Portugal e essa jamais viera ao Brasil. Carlota então, virá por alguns dias com sua filha.
Nestor e o pai providenciam a mudança para a fazenda, fato que aperta o coração de Fifica, mulher de Chico.
Bento, que vira Carlota na cidade, descobre os planos do coronel e é marcado de morte por Pulso de Ferro e seus capangas. Amigos de Bento, porém, desarticulam o golpe. (280,6 m)
(Casebre, ambiente rural. Casarão de fazenda: int. Vilarejo, igreja.Cavalos. Escravos. Região pedregosa de Itu, SP.)
4º rolo: Chico exige segurança para Bento e o Cel. Pedro a concede por princípio. Na Casa Grande, aguarda-se a chegada de Carlota. Chico mantém a defesa dos escravos. Carlota e sua filha são recebidas com honra. Como o coronel também deseja enganar a própria Carlota, Chico e Nestor são forçados a se apresentar como homens ricos da região. Nestor se apaixona por Inês e tem todo o incentivo do Coronel interessado em cumprir o trato com a chantageadora. (288,5 m)
(Casarão de fazenda: int. ext. Boiada, pasto. Escravos. Plantação. Cavalos. Ovelhas. Mazzaropi canta uma canção ao lado de Victor Gonçalves (?) e suas mulatas. Curral. Carruagem.)
5º rolo: Chico estranha a situação mas Nestor logo se incumbe de ciceronear Inês pela fazenda, impressionado com sua beleza. Carlota vê Nestor como “bom partido” para a filha. Fifica, enciumada, contribui involuntariamente para conversas de duplo sentido entre Chico e Carlota. Josefina e Osório, porém, desconfiam de algum estratagema do pai da família. Fifica pressente complicações com as duas “lambisgóias”. (282,7 m)
(Casarão de fazenda: int, ext. Casa simples. Curral, boiada. Estrebaria.)
6º rolo: Josefina percebe o “comportamento alegre” de Carlota em relação a Chico e ratifica suas más impressões sobre a “cunhada”. Carlota ameaça o coronel Pedro enquanto Nestor e Inês declaram uma paixão recíproca. Fifica critica o filho e recebe resposta enviesada. Bento, que havia sido afastado da fazenda até então, compreende a verdadeira situação ao retornar. Pulso de Ferro recebe ordens para mantê-lo sob controle absoluto. (271,8 m)
(Estrebaria. Casarão de fazenda: int., ext. Lago. Casebre. Cavalos.)
7º rolo: Bento e a filha do fazendeiro, Esther, estão enamorados sob incentivo de Chico a quem não agrada, bem como a Fifica, o casamento de Nestor com Inês. Nestor reage com violência às negativas embora Bento procure alertá-lo da falcatrua. No dia do casamento, Bento não resiste e revela toda a verdade a Chico que, auxiliado por uma mucama, interrompe a cerimônia. (272,8 m)
(Casarão de fazenda: int., ext. Casebre. Padre, cerimônia de casamento.)
8º rolo: Chico desmascara Carlota e Inês e expõe as crueldades do Coronel Pedro. Carlota, revidando ao golpe de Pedro, revela a Josefina um antigo assassinato cometido pelo marido desta e por ela presenciado. Nestor, porém, ordena a continuação do matrimônio. Carlota parte dias depois e Inês demonstra repúdio ao marido. Nestor, incomplacente, humilha o pai e a mãe no momento das tensas despedidas, depois de terem sido expulsos da fazenda pelo coronel. Um capanga, Ezequiel, apaixonado por Inês, flagra o idílio dela com Pulso de Ferro e, num acesso de raiva, a mata com um tiro. (269 m)
(Casarão de fazenda: int., ext. Carruagem. Carro de bois. Cavalos.)
9º rolo: O assassino incrimina Chico que vai preso. Fifica intercede junto ao filho e ele compreende, de súbito, o engano que cometera. Força o capanga a confessar. Chico é libertado. Uma guarnição oficial comunica ao Coronel a extinção da escravatura e exige seu recolhimento à corte onde deverá ser julgado pelo crime ora denunciado por Carlota. (251,6 m)
(Casarão de fazenda: ext. Casebre. Cela. Cavalos. Cadeia. Delegado. Vilarejo. Escravos. Soldados.)
10º rolo: Chico e Fifica retornam à casinha de origem onde, emocionados e rodeados pelos escravos agora livres e agradecidos, concedem o perdão ao filho Nestor que os abraça. (104,7 m)
(Região pedregosa de Itu, SP. Ambiente rural, casebre. Escravos.)
Fonte: Cinemateca Brasileira
Elenco
Amácio Mazzaropi (Chico) • Geny Prado (Fifica) • Roberto Duval (Coronel Pedro) • Tarcísio Meira (Nestor) • Edgard Franco (capataz e capanga Pulso de Ferro) • Guy Loup (Esther) • Luis Gustavo (Bento) • Marly Marley (Carlota) • Marina Freire (Josefina) • Astrogildo Filho • Ingrid Tomas • Abilio Marques • João Batista de Souza • Edgard de Lima • Alcides Oliveira • Durvalino de Souza • Daniel Paulo Nasser • Edson Lopes • Machadinho • Victor Gonçalves e suas mulatas
Comédia, ficção; 95 minutos; censura livre
Cia. Produtora: PAM Filmes (Taubaté, SP)
Direção: Glauco Mirko Laurelli
Argumento: Péricles Moreira e Amácio Mazzaropi
Adaptação: Mara Lux
Roteiro: Milton Amaral
Direção de Fotografia: Rodolfo Icsey
Fotógrafo de cena: Valentim Cruz
Câmera: Geraldo Gabriel
Produção: Amácio Mazzaropi e Edson Lopes
Engenheiro de som: Ernest Hack, Constantino Warnowsky
Montagem: Mauro Alice
Chefe eletricista: Vitalino Martini
Cenografia: Pierino Massenzi
Chefe de costura: Leonor de Almeida
Maquilagem: Maury Viveiros
Direção musical/arranjos: Hector Lagna Fietta
Canção: “A dor da saudade”, de Elpídio dos Santos, canta Mazzaropi; “Último lamento”, de Elpídio dos Santos, canta Edson Lopes; “Casinha pequenina”, de Elpídio dos Santos, arranjo da letra de José Isaú Pedro, canta MAzzaropi
Continuísta: John Doo
Sistema cor: colorido Eastmancolor
Metragem: 2.565,7m
Filmado em: 35mm; em 24 q
Local da produção: São Paulo, SP
Ano de produção: 1963